Quando ouvimos falar na revolução dos costumes das décadas de 1960 e 1970, Leila Diniz surge como uma dessas pessoas que marcou época e virou ícone incontestável entre aqueles que quiseram modificar o Brasil. Para falar da atriz, que escandalizou o País ao exibir sua gravidez usando um biquini na praia, Ancelmo Gois e Vera Barroso conversam com a antropóloga e autora do livro “Toda mulher é meio Leila Diniz”, Mirian Goldenberg; o advogado e ex-cunhado, Marcelo Cerqueira; o cineasta Luiz Carlos Lacerda; o jornalista e autor do livro “Leila Diniz: uma revolução na praia”, Joaquim Ferreira dos Santos; e a atriz Marieta Severo - que criou Janaína Diniz, filha de Leila com o cineasta Ruy Guerra.
Como atriz, Leila Diniz não chegou a desempenhar papéis marcantes, que a transformassem numa estrela. O interesse que despertava era por causa do carisma que possuía, das coisas que dizia e do estilo de vida que levava. Bonita, sensual e libertária, falava de amor livre, defendia a liberdade sexual e o direito de escolha das mulheres. Tudo isso lhe custou muito caro. Conseguiu ser odiada pelos moralistas, perseguida pela ditadura, criticada pela esquerda e desprezada pelas feministas, que não a entendiam. Jamais pretendeu fazer qualquer revolução, mas terminou por ser o símbolo de uma, a dos costumes, a da independência feminina no trabalho, no amor e no sexo.
Leila Diniz morreu jovem, aos 27 anos, num acidente de avião na Índia, em 1972. A morte trágica e prematura causou comoção nacional, mesmo entre os que a hostilizaram, e serviu para transformá-la em mito.
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