No Rio de Janeiro, grande parte das escolas não possui ar-condicionado, e alunos, professores e funcionários estão ando mal por causa da onda de calor.
A atenção dos estudantes deveria estar voltada para a aprendizagem, mas as altas temperaturas dos últimos dias dificultam a concentração, e a busca pelo mínimo de conforto térmico ainda é um desafio.
O Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação criou uma página na internet para que a comunidade escolar possa relatar os problemas causados pelo calor. Em cerca de 48 horas, foram recebidas 650 denúncias de escolas da rede pública. Os relatos indicam que 120 escolas estaduais estão com problemas de climatização, e pelo menos 59 delas não possuem nenhuma sala de aula com ar-condicionado em funcionamento. Apenas no Colégio Estadual Alemy Tavares da Silva, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, foram registradas 17 denúncias.
Todo ano, o verão traz temperaturas extremas, assim como as chuvas fortes, mas muitas autoridades só tomam medidas quando a situação já está crítica. Entre as denúncias recebidas, há relatos de professores e alunos ando mal, incluindo casos de pressão alta, quedas de pressão e desmaios. Profissionais da secretaria escolar e cozinheiras também foram afetados.
Na zona sul do Rio, o Colégio Amaro Cavalcante não possui nenhum aparelho de ar-condicionado, e o Colégio Estadual André Maurois, além de poucas salas climatizadas, enfrenta problemas na rede elétrica.
A Secretaria Estadual de Educação informou que está investindo na climatização das 1.234 unidades da rede estadual. Segundo o governo, 1.034 colégios já possuem ar-condicionado, enquanto 60 unidades funcionam em imóveis da Prefeitura e seguem sem climatização. A prefeitura do Rio afirmou que mais de 99% das escolas municipais já estão climatizadas, mas o calor extremo tem provocado sobrecarga na rede elétrica. Já a concessionária Light explicou que, na maioria dos casos, as escolas não possuem instalações elétricas adequadas para ar o aumento de carga.
O governo do estado também anunciou que, no prazo de 90 dias, reará recursos para a compra e instalação de novos aparelhos de ar-condicionado. Além disso, informou que realiza melhorias na rede elétrica e que, em caso de necessidade, as escolas têm autonomia para suspender as aulas e posteriormente repor os conteúdos pedagógicos. No entanto, essa medida tem sido vista como uma transferência de responsabilidade, já que não há garantia de que os alunos terão conforto térmico ou alimentação adequada em casa.
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