Em Santa Catarina, um sítio arqueológico tem contribuído para a compreensão da vida dos povos dos sambaquis ou concheiros, que habitaram o litoral da Mata Atlântica. Os registros mais antigos desse grupo datam de cerca de cinco mil anos. A reportagem da RBA TV, emissora da Rede Nacional de Comunicação Pública, destaca a importância da área próxima ao Rio Hercílio, em Dalbergia, que guarda uma rica história.
O sítio arqueológico Nova Bremen, conhecido há pelo menos seis décadas, está localizado em uma propriedade particular, no quintal de uma casa. O local é caracterizado pela presença de muitas conchas coletadas no rio, que foram utilizadas como material construtivo pelos povos que ali viveram. Embora existam muitos sambaquis no litoral de Santa Catarina, este é o único conhecido como sambaqui fluvial, formado por conchas de origem fluvial, o que o torna único e relevante para a pesquisa.
Desde sua descoberta, nos anos 60, o sítio arqueológico ficou por décadas sem intervenção, até que, em 2014, estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) retornaram para mapear a área. Eles voltaram em 2017 e 2018, e agora estão realizando a primeira escavação. Cada porção de terra é analisada minuciosamente em busca de vestígios, além das conchas, como pedras utilizadas pelos povos antigos. Todo o material encontrado é catalogado para enriquecer os estudos.
A pesquisa busca entender a profundidade da história indígena na região, com a expectativa de que o sítio possa revelar informações ainda mais antigas do que os 6,4 mil anos já identificados. O sambaqui fluvial é um dos poucos no Brasil que se encontra em altitude, o que é significativo para preencher lacunas sobre a ocupação do ado.
O local foi modificado ao longo do tempo, com a abertura de estradas e a construção de moradias, resultando na perda de muitos vestígios. No entanto, o estudo ajuda a entender melhor a história do povo indígena que habitou a região.
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