Após ser preso na madrugada desta sexta-feira (26), o ex-presidente da República, Fernando Collor de Mello, já foi transferido da Superintendência da Polícia Federal de Alagoas para uma ala especial do presídio Baldomero Cavalcanti de Oliveira, em Maceió.
Em 2023, ele foi condenado a oito anos e dez meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.
Está aberto um julgamento no plenário virtual aqui do Supremo Tribunal Federal (STF) para confirmar ou não a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que determinou a prisão de Fernando Collor.
Até agora, o placar está em cinco votos a zero pela manutenção da prisão. Mas o ministro Gilmar Mendes fez um pedido de destaque, ou seja, pediu para o julgamento ir ao plenário físico.
Os ministros podem continuar inserindo seus votos no plenário virtual até o fim da noite de hoje, mas a decisão final só poderá ser tomada de forma presencial, numa sessão que ainda não tem data para acontecer.
Enquanto isso, Collor permanece preso. O ex-presidente foi condenado a quase nove anos de prisão aqui no STF, em 2023, mas a defesa entrou com uma série de recursos. Na noite de quinta-feira (24), o ministro Alexandre de Moraes rejeitou os últimos recursos possíveis e determinou a prisão.
Hoje, Collor participou de uma audiência de custódia por videoconferência e pediu para permanecer preso em Maceió, o que foi autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes.
A defesa de Collor também pediu prisão domiciliar por questões de saúde. Moraes determinou, então, que a direção do presídio de Maceió informe, em 24 horas, se tem condições de tratar da saúde de Collor.
Trajetória política 2b2z61
De família de tradição política e formado em Economia, Fernando Collor de Mello entrou pra vida pública aos trinta anos, como prefeito de Maceió, nomeado pelo regime militar, em 1979. Em 1986, foi eleito governador de Alagoas com um discurso contra a corrupção e os chamados "marajás", servidores públicos com altos salários.
Em 1989, venceu as primeiras eleições diretas para presidente após a ditadura, derrotando Luiz Inácio Lula da Silva. Seu governo foi marcado por uma agenda de privatizações, abertura econômica e pelo polêmico Plano Collor, que confiscou a poupança.
Em 1992, denúncias do próprio irmão, Pedro Collor, revelaram um esquema de corrupção em reformas na Casa da Dinda, mansão onde morava em Brasília, e de tráfico de influência envolvendo o ex-tesoureiro da campanha, Paulo César Farias. O caso chegou ao Congresso, que abriu uma I e deu início ao processo de impeachment.
As denúncias ganharam as ruas e o movimento dos jovens "caras-pintadas" exigia a saída do presidente. No fim de 1992, o Senado afastou Collor em definitivo. Mesmo com a tentativa de renúncia na última hora, ele teve os direitos políticos suspensos por oito anos.
Em 2006, retornou à política como senador por Alagoas e foi reeleito em 2014. Em 2022, tentou voltar ao governo do estado, sem sucesso.
Clique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil.