O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a ouvir as primeiras testemunhas da ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado. Na segunda-feira (19) foram quatro depoimentos referentes ao julgamento do Núcleo 1 da trama golpista.
Uma das testemunhas, Adiel Pereira Alcântara, ex-coordenador de inteligência da Polícia Rodoviária Federal, afirmou que recebeu ordens para fazer ações de “policiamento direcionado” para dificultar o deslocamento de eleitores do presidente Lula. Essa determinação teria partido do então diretor da PRF, Silvinei Vasques, e incluía a abordagem de ônibus que estavam indo para o Nordeste. Adiel disse que “estavam criando uma polícia de governo, e não de Estado”.
Outra testemunha de acusação, Clebson Vieira, ex-funcionário do Ministério da Justiça, teria produzido relatórios de inteligência para embasar as operações da PRF. Ele afirmou que ficou “apavorado porque uma habilidade técnica foi utilizada para uma tomada de decisão ilegal”. Vieira destacou ainda que “o que aconteceu no segundo turno, sabia que ia acontecer. Por raciocínio, não por provas”.
Já Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, disse que Jair Bolsonaro mencionou, em reuniões, a intenção de decretar a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) ou estado de sítio, e chegou a apresentar uma minuta nesse sentido. Sobre a informação de que ele teria dado voz de prisão para o ex-presidente, Freire Gomes afirmou que teria alertado ao presidente que, se saísse dos aspectos jurídicos, além de não concordar, ele seria implicado juridicamente.
Éder Balbino também foi ouvido. Ele é dono de uma empresa que teria auxiliado na produção de um relatório encomendado pelo PL, com suspeitas infundadas sobre o sistema de votação. Ele disse que esse documento não seguiu os dados que ele verificou. Balbino relatou não ter encontrado problemas nas urnas.
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