Dois ex-presidentes da República não são mais doutores honoris causa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A concessão do título foi revogada, por unanimidade, pelo Conselho Universitário. Os ex-presidentes são o marechal Humberto de Alencar Castello Branco, que recebeu o título em 1966, e o general Emílio Garrastazu Médici, agraciado em 1971.
Os dois governaram o país durante a ditadura militar, quando foram cometidas graves violações de direitos humanos, com torturas, mortes e desaparecimentos, conforme relatórios da Comissão da Verdade da UFRN e da Comissão Nacional da Verdade, que coloca o marechal Castello Branco em primeiro lugar na lista de pessoas que contribuíram para essas ocorrências. Já o relatório da Comissão da Verdade da UFRN aponta o governo do general Emílio Médici como a época mais obscura dos governos militares.
De acordo com o reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Daniel Diniz, que encaminhou os pedidos, as revogações constituem não apenas um ato simbólico, mas também representam um resgate histórico, evitando que o período sombrio da história da ditadura militar seja esquecido, para que jamais volte a se repetir.
No ano ado, a UFRN já havia revogado 33 atos normativos editados na universidade entre 1964 e 1984. Também foram concedidos simbolicamente títulos a estudantes mortos durante o período da ditadura militar.
Clique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil.