O ano de 2024 foi crítico na luta contra a crise climática. Há décadas, os cientistas alertam para os riscos do aquecimento do planeta. E esse ano, o problema ficou mais evidente e inegável. De secas severas, queimadas recordes, furacões devastadores e inundações que deixaram rastros de destruição em todo o mundo.
Foi o ano mais quente da história. Em 2024, pela primeira vez a Terra ficou com a temperatura média um grau e meio acima do registrado na era pré-industrial. Limite que, se ultraado, pode trazer impactos devastadores ao planeta.
Cientistas preveem que, se continuarmos jogando gases de efeito estufa na atmosfera no ritmo atual, podemos ar de quatro graus no século 22. Se a temperatura chegar a oito ou dez graus, praticamente o planeta todo se torna inabitável. Os únicos lugares habitáveis para o corpo humano vão ser o topo de montanhas, como os Alpes, os Andes, a Antártica e o Ártico.
Os resultados das mudanças climáticas em 2024 foram eventos cada vez mais extremos. No Brasil, em maio, a região central do país vivia uma forte onda de calor, enquanto uma frente fria estacionou sobre o Rio Grande do Sul. Em poucos dias, o estado ficou debaixo d'água e virou notícia no mundo todo. Foram milhares de desabrigados e 183 mortos. Um dos piores desastres climáticos já vistos no Brasil.
Na outra ponta do mapa, 120 mil acreanos foram impactados por uma cheia histórica do rio Acre. Já no outro extremo do clima, a falta de chuva secou biomas inteiros. No Amazonas, comunidades que dependiam dos rios para se transportar ficaram isoladas. Em Manaus, o Rio Negro atingiu a menor cota da história e quase 770 mil pessoas foram afetadas.
No Pantanal, a estiagem recorde foi gatilho para o fogo. Mais de dois milhões de hectares, o equivalente a 15% do bioma, foram queimados. Com queimadas recordes este ano, o Brasil se viu como um dos maiores emissores de carbono do planeta. São Paulo, este ano, esteve no topo do ranking com a pior qualidade de ar do mundo.
Enquanto isso, o mundo se reunia em Baku, no Azerbaijão, para a 29ª Conferência do Clima. Mas o resultado não agradou. O dinheiro aprovado para financiar o combate às mudanças climáticas foi bem menor que o necessário para evitar os piores impactos da crise. Com esse resultado aquém do esperado, a expectativa de um acordo que possa salvar o planeta recai sobre o Brasil, que será o anfitrião da próxima Conferência Mundial do Clima, no final de 2025, em Belém, capital paraense.
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