O encontro das águas do rio com o mar forma ondas que atraem surfistas do mundo todo à região amazônica. É o surfe na pororoca. Mas, nos últimos anos, o fenômeno vem perdendo força com o avanço do mar e as secas provocadas pelas mudanças climáticas.
No meio da floresta amazônica, ondas sobem o leito do rio Mearim, no Maranhão, por dezenas de quilômetros. "Isso aqui é a pororoca, a gente está surfando no maior bioma do planeta", explica o surfista Sergio Laus.
O fenômeno da pororoca atrai surfistas de todos os países. O encontro das águas do rio com o mar forma ondas de até dois metros de altura. O brasileiro Sergio Laus já foi duas vezes recordista mundial e surfa pororocas da Indonésia ao Alasca. Mas é para o Brasil que ele gosta de voltar. “É uma intensidade, a gente está surfando a face da maré. São milhões de metros cúbicos de água que vêm transbordando rio adentro. Não é uma onda. Uma onda quebra e se desfaz. Essa só vem ganhando intensidade. É um tsunami amazônico”, destaca.
O problema é que essa riqueza amazônica pode estar com dias contados. Este ano, as ondas tinham cerca de metade do tamanho das que Sergio viu anos atrás. Elas são ainda menores do que as ondas de cinco metros que ele costumava surfar no rio Araguari antes que a erosão causada pela agricultura e pelas represas secasse uma das pororocas mais poderosas do Brasil.
O surfista teme que o aumento do nível do mar e as secas provocadas pelas mudanças climáticas estejam alterando o equilíbrio que dá origem à pororoca. “Essas mudanças climáticas interferem, a gente precisa ter olhos para isso. E espero que agora a gente possa ter esse momento especial na Amazônia, lá em Belém, e que a COP30 traga novas esperanças pro Brasil e pro mundo”, deseja o surfista.
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