Líderes europeus se reúnem, nesta segunda-feira (17), na França para discutir a situação da guerra na Ucrânia, após as investidas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em tentar resolver o conflito unilateralmente com a Rússia. Na próxima segunda-feira (24), a guerra da Ucrânia completa três anos.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, afirmou que a reunião é um momento "único em uma geração" para a segurança nacional, em meio à preocupação dos europeus em possivelmente serem excluídos das tratativas que afetam diretamente o continente. Líderes da França, da Alemanha, Itália, Polônia, Espanha, Holanda e Dinamarca, assim como o presidente do Conselho Europeu, a presidente da Comissão Europeia e o secretário-geral da OTAN participam da reunião.
Em paralelo, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, desembarcou esta manhã na Arábia Saudita, que será palco, amanhã, de uma reunião entre negociadores americanos e russos. Nos últimos dias, Trump e os principais funcionários de seu governo deram indícios de que Washington trabalha por um processo diplomático rápido para encerrar a guerra, diretamente com a Rússia, e que daria uma série de concessões importantes a Moscou.
Na sexta-feira (14), em uma conferência internacional que discutia a segurança do planeta, o vice-presidente americano, J.D. Vance, causou espanto entre aliados europeus ao dizer que havia um novo "xerife na cidade", referindo-se a Trump. Disse ainda que a ameaça à Europa não é a Rússia ou a China, mas uma ameaça que vem de dentro. E acusou os governos europeus de não defenderem os valores democráticos o suficiente.
Outro discurso importante foi o do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth. Hegseth expôs termos que certamente foram bem recebidos pelo Kremlin: nenhum envio de tropas americanas para a Ucrânia em qualquer futuro acordo de segurança; nenhuma possibilidade de adesão da Ucrânia à OTAN; e nenhuma chance realista de retorno às fronteiras anteriores a 2014, quando a Rússia ocupou e anexou a Crimeia.
As declarações do secretário de Defesa americano frustraram as expectativas do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que ansiava por um possível acordo no qual a Ucrânia venderia aos Estados Unidos minerais de terras raras em troca de apoio militar. Durante a conferência, Zelensky pediu a criação de um exército da Europa para se proteger contra a Rússia, sugerindo que os Estados Unidos talvez não venham mais em auxílio do continente. E, nesta manhã, o líder ucraniano afirmou que não participará do diálogo entre Estados Unidos e Rússia sobre o fim da guerra e não aceitará propostas provindas do encontro entre os dois países.
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