No mercado de trabalho, mulheres estão cada vez mais ocupando espaços que antes eram dominados pelo público masculino. A história de Cláudia Duarte, a primeira mulher a atuar como prática no estado do Amazonas, exemplifica essa mudança. Essa profissão, que envolve manobrar grandes navios, conta com cerca de 600 profissionais no Brasil, dos quais apenas 14 são mulheres. A reportagem é da TV Encontro das Águas, emissora da Rede Nacional de Comunicação Pública.
Os práticos são responsáveis por estacionar grandes embarcações nos portos. Diferente do comandante, que navega em alto-mar, esse profissional é treinado para manobrar navios em trechos mais s, onde existem condições específicas que apenas um especialista pode lidar. No Brasil, a prática é uma atividade essencial controlada pela Marinha, que exige formação rigorosa e coragem, já que atracar um navio do tamanho de até três campos de futebol e que pesa milhares de toneladas é uma grande responsabilidade.
O prático é um especialista em uma determinada região, enquanto o comandante conhece profundamente sua embarcação. O prático, por sua vez, é o especialista em gestão de risco, monitorando a embarcação durante o trajeto arriscado, que pode incluir riscos submersos e condições meteorológicas específicas.
Apesar de ser uma profissão majoritariamente masculina, o cenário vem mudando aos poucos. Cláudia é a primeira mulher a atuar na zona de praticagem no Amazonas. Para realizar o trabalho, Cláudia embarca de uma lancha para o navio por meio de uma escada estendida no bordo da embarcação. A equipe da reportagem acompanhou um dia de trabalho, embarcando pelo mesmo lugar em um navio que veio da China e precisava atracar no Super Terminais, um dos principais complexos portuários privados que exporta produtos da Zona Franca de Manaus para o mundo.
Na ponte de comando, o prático dá instruções aos timoneiros, que direcionam o navio, ao comandante, que controla as máquinas, e aos rebocadores, que empurram e puxam a embarcação. Cláudia também monitora todo o tráfego ao redor e coordena a amarração do navio até que ele chegue ao seu destino.
Além dos desafios impostos pela profissão, Cláudia enfrentou obstáculos por ser mulher em um meio historicamente ocupado por homens. Ao decidir estudar para a carreira, ouviu de uma pessoa da área marítima que, por ser mulher, não teria chances de ser aprovada no processo seletivo. Essa afirmação desmotivou temporariamente, mas a decisão de reavaliar a situação, buscar novas referências e materiais de estudo levou à continuidade na trajetória profissional.
Cláudia Duarte se tornou um exemplo vivo de que o lugar da mulher é onde se desejar, seja em terra ou no mar. A trajetória inspira e motiva outras mulheres a ingressarem na profissão, aumentando a presença feminina nesse campo.
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